A falta de subdivisões de categorias femininas nas Provas
Amadoras
Freud Explica ou Freud Implica no esporte
A competição no esporte amador que vivemos é de forma geral,
uma tentativa de reproduzir ambientes competitivos profissionais onde a
realidade técnica, comercial e estrutural é inacessível para a grande massa dos
esportistas.
Quando falamos em premiações, a realidade não é nada
diferente no mundo das competições esportivas amadoras.
O assunto deste artigo de opinião é sobre as subdivisões de
categorias femininas nas provas amadoras. Estas que normalmente existem em
quantidades menores, comparadas as subdivisões masculinas.
Vejamos um dito popular, "Freud Explica", para
refletirmos sobre as questões das mulheres no mundo esportivo.
Como herdeiros de um tempo ético social pautado
verticalmente no Complexo de Édipo, onde a "lei do pai orientador" se
prevalecia, e muitas vezes ainda se prevalece, nas famílias, no trabalho, na política,
nos estudos e entre outros ambientes, o homem tinha, ou tem, ascensão sobre as
mulheres.
Assim, com a ideia da superioridade do homem, temos nas
provas muitas categorias masculinas e quase sempre menos categorias femininas,
para garantir essa supremacia.
Tal conceito, embora negativo, ainda habita em muitas
pessoas e no inconsciente coletivo da sociedade, por isso nos deparamos com
essa diferença.
E o que seria o conceito de "Freud Implica" neste
contexto?
Aproveitando a Psicanálise do Século XXI, podemos destacar a
implicação para entender melhor tal questão:
- Será que devido a menor participação de mulheres nas provas
os organizadores devem diminuir as categorias femininas para diminuírem seus
custos com as premiações, ou, se os organizadores igualassem as quantidades de
categorias masculinas com as femininas incentivariam mais mulheres a
participarem das provas?
Duas questões difíceis para analisarmos no ambiente racional
e comercial das provas, que visa dar lucro ao seu investidor e no ambiente
sentimental e idealizador, que deve proporcionar igual incentivo para homens e
mulheres esportistas.
Não existe uma única resposta, já que as duas opções podem
estar certas.
Sabendo que essa discussão ainda vai longe, espero que siga
na direção para construir um valor semelhante para todos os seres humanos,
independente de raça, cor, sexo, opção sexual ou identidade sexual, seja no ambiente esportivo ou em
qualquer outro ambiente na sociedade.
Assim, igualar as quantidades de subdivisões de categorias
femininas e masculinas nas provas é só um ato positivo frente a tamanha importância
desta questão.
Anderson do Prado-Pinduca
Psicanalista e Personal Trainer
Organizador de Corridas e Escritor